Muitas escolas de São Paulo se organizam para reabertura e tentam se adaptar para a possível volta às aulas presenciais em meio à pandemia do novo coronavírus. Os pais, entretanto, se sentem divididos entre o risco de contaminação e a educação das crianças. Ao jornal Folha de S. Paulo, algumas mães falam sobre a volta ou não dos filhos à escola.
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Thais Pacheco é mãe de João, de 10 anos, e Carolina, de 8 anos, alunos do ensino fundamental do colégio Pentágono, na zona oeste de São Paulo. A advogada se diz assustada com o possível retorno dos filhos à escola, mas aponta a necessidade do filho mais velho de voltar a frequentar o colégio.
“O João sempre foi bom aluno, mas bagunceiro, e está sentindo falta da convivência com os amigos. No online, não tem como fazer uma brincadeira: é só sentar e estudar. A professora reparou que está difícil e nos chamou para conversar. Ela foi acolhedora, disse que ele pode deixar para fazer as tarefas outra hora”, contou.
O menino sente falta dos colegas e não se interessa pelas aulas virtuais, ao contrário da irmã, que deve continuar estudando em casa. A mãe disse que precisa pensar no emocional do filho e que sabe que a escola está tomando os cuidados possíveis.
Já Maria Carolina Fernandes da Fonseca decidiu que suas filhas – Marina, de 8 anos, e Beatriz, de 5 anos, – não retomarão as atividades presenciais no colégio Notre Dame, na zona oeste de São Paulo, neste ano. Para a coach, “a saúde vale mais do que acelerar a educação”.
Os avós idosos moram na mesma casa que as meninas, além disso, a mãe passou por um transplante de medula óssea há três anos. Neste ambiente onde há pessoas no grupo de risco, Maria Carolina é enfática: “Não faz sentido nos arriscarmos para elas irem à escola por dois meses.”
Outras histórias
Ao jornal, outras mães contam como se adaptaram para a volta dos filhos à escola. Após ser demitida durante a pandemia, a psicóloga Maria Lúcia Favarato negociou uma bolsa de 100% de desconto com o colégio da filha, Helena, em troca de cursos de mindfulness para os funcionários para conseguir manter a adolescente de 17 anos no colégio.
A dentista Marlene Souza Santos, que sofreu com a queda de atendimentos em seu consultório, renegociou a dívida da mensalidade do colégio de seu filho, Rafael, de 16 anos. Já a empresária Eliane Haiashida, dona de um restaurante, não conseguiu um desconto com a escola do seu filho Hiro, de 9 anos, e decidiu mudá-lo para um colégio público.
Os gêmeos Tiago e Rafael, de 3 anos, não frequentaram as aulas virtuais durante a pandemia. A mãe, Débora de Angelis Szikszay, contou que os filhos não se adaptaram à rotina. Ao contrário de Arthur, de 1 ano e 9 meses, que tem feito atividades “proveitosas”, segundo a mãe, Lisa Carla Narumia.